O sofrimento é igual, mas, superar depende da habilidade de cada um.

16 de outubro de 2012

Homem e mulher lidam de formas diferentes com o fim do relacionamento

Logo sabemos quando um relacionamento chegou ao fim. A mulher não para de chorar, não consegue trabalhar e manter o ritmo normal da sua vida. Já para o homem parece que nada aconteceu, ele simplesmente continua suas atividades.

Segundo a psicóloga Roseleide da Silva Santos, o final do relacionamento afeta tanto o homem quanto a mulher, mas eles reagem de formas diferentes. “Ele sente, mas guarda, esconde dele mesmo e não percebe o que sente. Já a mulher manifesta seus sentimentos, por mais que tenha sido de forma pacífica.”

A psicóloga também explica que isso só acontece de forma diferente devido às influências externas. “Podemos contar com a intervenção da cultura familiar e social, além da personalidade, que é construída a partir das interações pessoais. É fato que vivemos em uma cultura machista, onde o homem não sabe elaborar a perda, pois a mulher é tida como propriedade dele, cabendo somente a ele dizer que não quer mais o relacionamento”, diz Roseleide.

É por causa dessa forte influência de uma cultura machista que podemos ver na sociedade casos de crimes passionais, que deixam que o ciúme fale mais alto do que o respeito ao indivíduo. “Geralmente isso acontece com aqueles homens que têm um pouco mais de dificuldade de aceitar a rejeição da mulher. Mas isso é muito mais um traço de personalidade e de cultura, que soma também com valores familiares. Porém nesses casos, não estamos falando de amor, porque amar não é ter posse, mas sim compartilhar a vida e saber como o outro é importante como ser humano”, esclarece a psicóloga.

Resolvendo a situação

Mas, deixando o lado passional de lado, independentemente de ser homem ou mulher, lidar com o fim de um relacionamento depende da habilidade de cada um. “Não há como mensurar quem sofre mais, o sofrimento não se mensura, mas é importante resolver o sentimento para si, pensar que é um ciclo que termina e que há o que aprender com os erros e acertos. É preciso compreender como o término repercute dentro de si e como influencia em sua vida”, enfatiza Roseleide.

Para a psicóloga, somente depois de resolver esse sofrimento é que será possível se envolver com outra pessoa. “É um engano pensar que é preciso um novo amor para curar a dor de outro. Se isso acontecer, pode confundir os sentimentos, as histórias, e vira um emaranhado de sentimentos.”

O sofrimento por uma separação poderá ter fim quando o sentimento deixar de ser somente sentido, mas também exposto. “Significa contar para você mesmo o que está sentindo. O falar e se ouvir, perceber como isso se expõe nos seus outros sentidos, como tem influenciado na sua vida como um todo”, finaliza a psicóloga.

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